
Um livro sobre a condição humana trazia forçosamente pano para mangas. Era inevitável questionar se a falta de ética e a desumanidade que começa a grassar entre os cegos, se devia apenas à catástrofe que se abateu sobre eles e à necessidade de sobreviver. Cada um de nós questionou o que faria para sobreviver, quais os nossos limites, o que seríamos capazes de sacrificar. Falou-se de dignidade e de impunidade. As escolhas das personagens foram criticadas por uns e elogiadas por outros.
Como o Narrador do livro, fomos juízes, advogados do diabo, desculpámos, julgámos e explorámos a consciência moral das personagens. Se o drama das personagens nos tocou, também nos emocionou a fragilidade do que damos por adquirido. E da condição humana, impressiona-nos o facto do gesto de maior compaixão no livro vir de um cão e não de um ser humano... Acho que todos exploramos os recantos da nossa alma, naquele dia, os nossos pontos fortes e as nossas fraquezas. Através de um livro e de uma boa conversa, ficou mais claro para todos o que é isso de ser humano...
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