sexta-feira, 27 de março de 2009

TIMbralhos

Vamos celebrar o primeiro ano de actividade de uma comunidade de leitores de língua portuguesa que se instalou na primeira Livraria de LX de Portucalis. Hoje com alguns retoques a "CityLightsbookstore" (como foi rebaptizada a livraria do Imso) está instalada no antigo Morro do Pau da Bandeira...com acesso ao aterro da Ria (Promenade des Anglais) e ao bonito "calçadão" que faz inveja a qualquer Copacabana!





Uma imagem recente da montra da verdadeira em S. Francisco da Califórnia fundada há mais de cinquenta anos por Lawrence Ferlinghetti, local de orgulho e culto da cidade que a acarinhou.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O velho que lia romances de amor

porque é o livro de que vamos falar para a semana, e porque é tão cheia de verdade, ajustada a seja que sentido for, aqui vos deixo mais uma frase do livro de Luís Sepulveda.

"-Assim dizem que se passaram as coisas-dirá o compadre Nushiño cuspindo uma ultima vez antes de partir, porque os Xuar se afastam quando acabam uma história, evitando as perguntas que geram mentiras."

City Lights Bookstore

Um visita à nossa sede em S. Francisco

sexta-feira, 13 de março de 2009

Room of the One Candle

Atrás daquela janela...a ouvir ao longe os cães selvagens latindo no meu porão

segunda-feira, 9 de março de 2009

O Velho que Lia Romances de Amor



Vamos ler em Março a história que Luís Sepúlveda escreveu em 1989 e que a revista “Lire”, dirigida por Bernard Pivot, considerou um dos 20 melhores livros de 1992 e foi por outros considerado um dos melhores livros da década de 90.
Não é pois…. uma obra menor que seja comparável a qualquer outra. Se vendeu mais até hoje do que alguns autores “mainstream“… o que aliás não é crime nenhum…é porque o livro tem alguma coisa que mexe com os leitores.
Concebido como um romance de aventuras e como uma homenagem ao mundo amazónico, hoje permanentemente agredido, “O Velho que Lia Romances de Amor” conta a história de António Proaño, um homem que vive numa aldeia isolada, no interior da floresta e que um dia é forçado a partir em perseguição de um predador que assola as proximidades, atacando pessoas e animais.

Traduzida já em mais de 14 países, esta obra foi adaptada ao cinema. Sepúlveda dedicou este livro ao seu amigo Chico Mendes, já assassinado, um herói na defesa da Amazónia.

“O seu companheiro de vigia, via-o percorrer com a lupa os sinais arrumados no livro.
- É verdade que sabes ler?
- Alguma coisa.
- E que é que estás a ler?
- Um romance. Mas cala-te. Se falas, a chama mexe-se e mexem-se as letras.
O outro afastou-se para não estorvar, mas era tal a atenção que o velho prestava ao livro que não suportou ficar-se à margem.
- De que é que trata?
- Do amor.
Perante a resposta do velho, o outro aproximou-se com renovado interesse.
- Não me lixes. Com fêmeas ricas, das que fervem?
O velho fechou o livro num repente fazendo tremer a chama do candeeiro.
- Não. Trata-se do outro amor. Do que dói “.

(Luís Sepúlveda in, O Velho que lia romances de amor)

domingo, 8 de março de 2009

a propósito da "Mulher Mais Bonita do Mundo" e de outras coisas


(...)
estás tão bonita hoje.

quando digo que nasceram flores novas na terra do jardim, quero dizer que estás bonita.

entro na casa, entro no quarto, abro o armário, abro uma gaveta, abro uma caixa onde está o teu fio de ouro.

entre os dedos, seguro o teu fino fio de ouro, como se tocasse a pele do teu pescoço.

há o céu, a casa, o quarto, e tu estás dentro de mim.

estás tão bonita hoje.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

estás dentro de algo que está dentro de todas as coisas, a minha voz nomeia-te para descrever a beleza.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

de encontro ao silêncio, dentro do mundo, estás tão bonita é aquilo que quero dizer.

(...)


José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"

quarta-feira, 4 de março de 2009

Da ficção científica à realidade

.
Mais uma vez os nossos leitores não me deixaram ficar mal. A ideia dos leitores progressivamente se tornarem também moderadores, resultou em cheio. A nossa Elora foi uma moderadora exemplar, manteve um debate animado com questões muito interessantes. Quem pensava que do Heinlein só se falaria de ficção científica, depressa percebeu que estava enganado.

A nossa moderadora captou de imediato a atenção de todos, quando se insurgiu contra o autor que no livro declarava que 90% das mulheres gostavam de ser violadas. Sexista? Preconceituoso? Que papel tinham afinal as mulheres no livro? Acabamos por concordar que o espírito hippie não tinha chegado à forma como as mulheres eram encaradas na obra... Mas outras questões se levantavam, como a religião e fé, em que acreditava o personagem principal? Nele próprio? Na racionalidade? Mike tentava "grocar" o que o rodeava. "Grocar"? Assimilar ou analisar profundamente deduzimos nós, e isso não é de um homem crente, mas de um ser pensante...



O debate foi um excelente exemplo de como se faz a ponte de um mero livro para a nossa própria realidade. A pretexto da postura do Michael Vallentine Smith, acabamos a discutir fé e racionalidade, o divino e o humano, valores e preconceitos, no fundo o que faz de nós quem somos.

É impossível reproduzir tudo o que foi dito, todas as citações que suscitaram debate. Por isso abrimos o blog e as caixas de comentários a todos os que estiveram presentes e que queiram partilhar as impressões de duas horas de discussão animada. Pela minha parte, vou destacar a citação do livro que acho, nos impressionou a todos:

“I grok people. I am people… so now I can say it in people talk. I’ve found out why people laugh. They laugh because it hurts so much… because it’s the only thing that’ll make it stop hurting.”


Como desenhar bonecas MIKADO

Experimentem !!! Arts and crafts para intelectuais.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Encontro CL amanhã às 22 horas

Aqui fica o resumo do livro "Estranho numa terra estranha", gentilmente cedido pela Elora Longu e que será o tema da sessão de amanhã:

A primeira missão tripulada a Marte não regressou à terra. Vinte anos depois a segunda missão encontra Valentine Michael Smith, nascido em Marte e único sobrevivente da primeira tripulação. Educado pelos marcianos, Smith regressa à Terra com capacidades milagrosas e uma filosofia marciana. As autoridades terrestres procuram controlar o acesso a este ser que, segundo as leis do Planeta que lhe deu origem é não só dono de Marte mas também herdeiro de uma colossal fortuna. Mike, o Homem de Marte, acaba por escapar com a ajuda da enfermeira Jill e inicia um processo de aprendizagem sobre a sociedade terrestre, que culmina na fundação de uma nova religião enfatizando o amor, a partilha e a responsabilidade de cada sobre a sua própria vida. Mike acaba por morrer para salvar a Humanidade, garantindo também a imortalidade da alma humana.

Mais informação nestes links:


http://www.war-ofthe-worlds.co.uk/stranger_in_a_strange_land.htm


http://fandomania.com/book-review-stranger-in-a-strange-land/


http://pt.wikipedia.org/wiki/Stranger_in_a_Strange_Land